O relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) indica que cerca de 61,3 milhões de brasileiros enfrentam situações de insegurança alimentar e nutritiva em 2022. Em outras palavras, quase 30% da população brasileira encara a realidade da fome, sendo que 7% não realiza nenhuma refeição por dias consecutivos. 

As crises políticas e socioeconômicas locais ou mundiais, bem como catástrofes ambientais e mudanças climáticas, agravam o cenário de desigualdade de acesso à alimentação adequada. Assim surge o questionamento: como solucionar essa triste realidade?

 

O que é insegurança alimentar e nutricional?

A insegurança alimentar e nutricional trata-se da dificuldade populacional em obter acesso pleno e constante a alimentos nutritivos necessários à saúde. Tal alimentação inadequada é decorrente de obstáculos geográficos, sociais e principalmente econômicos, sendo um forte indicador da pobreza local. Dessa forma, o monitoramento do grau de inacessibilidade à alimentação nutritiva, realizado pelas organizações de saúde locais e internacionais, é de extrema importância para a elaboração de políticas públicas de combate à pobreza. 

 

Quais os tipos de insegurança alimentar e nutricional?

Os tipos de insegurança alimentar e nutricional são definidos conforme o grau de inacessibilidade à alimentação adequada:

  • Insegurança leve: situações esporádicas em que há risco de faltar alimentos.
  • Insegurança moderada: o risco de privação alimentar ocorre de maneira mais frequente, havendo uma notória redução na quantidade e qualidade dos alimentos adquiridos. 
  • Insegurança severa: situações crônicas de severa privação alimentar em que os indivíduos não se alimentam por vários dias.

Vale ressaltar que a privação alimentar e nutricional sempre leva ao adoecimento do organismo. Ou seja, a insegurança alimentar trata-se de um grave problema de saúde pública. 

 

Quais as causas da insegurança alimentar e nutricional?

Conforme mencionado acima, a falta de acesso à alimentação adequada é uma ocorrência multifatorial, sendo historicamente produto da crise em diversos setores:

  • Crises sócio-econômicas:

Consequências de crises econômicas, a inflação e a alta taxa de desemprego reduzem drasticamente o poder de compra de uma população. Comunidades mais empobrecidas passam a adquirir quantidades menores de alimentos, havendo maiores possibilidades de carência nutritiva. Portanto, grandes desigualdades sócio-econômicas agravam e perpetuam a existência de pobreza extrema regional.

No contexto das fortes crises econômicas, é extremamente relevante ressaltar que a pandemia do COVID-19 agravou a situação de insegurança alimentar em níveis mundiais. A fome virou realidade para milhões de famílias por conta das altas taxas de desemprego, bem como do falecimento dos indivíduos que proviam a renda familiar. Além do mais, a dificuldade de abastecimento durante os períodos de quarentena, associada à alta inflação, fez com que muitas famílias não obtivessem a quantidade mínima de alimentação para seu sustento. 

  • Crises políticas: 

Guerras e embates políticos violentos tradicionalmente levam a um comprometimento da qualidade de vida da população em sua totalidade. A suspensão das fontes de renda, o baixo abastecimento de alimentos e a dificuldade de locomoção nas áreas urbanas originam quadros severos de insegurança alimentar e nutritiva.

  • Isolamento geográfico:

Determinadas comunidades residem em locais afastados de complicado acesso físico. Assim sendo, existe uma consequente dificuldade no abastecimento de alimentos, medicação, produtos de higiene e diversos outros materiais. 

  • Deficiência de políticas públicas:

O olhar atento às necessidades da população deveria ser premissa básica de qualquer governo. No entanto, sabemos que em muitas regiões há uma enorme deficiência de políticas públicas de combate à pobreza, como reflexo das crises sócio-políticas e econômicas. 

  • Catástrofes ambientais:

Eventos como furacões, tempestades e deslizamentos originam severas crises humanitárias nas populações locais. A destruição das moradias, aliada à dificuldade de locomoção para abastecimento, faz com que muitos indivíduos fiquem completamente desamparados e em situação de privação alimentar.  

  • Mudanças climáticas: 

A escassez de alimentos pode ocorrer devido às mudanças climáticas globais. Por exemplo, a falta de chuvas pode comprometer seriamente as lavouras. Assim, a oferta de determinados alimentos é reduzida, resultando nos preços inacessíveis a grande parte da população.

 

Como resolver o problema da insegurança alimentar e nutricional?

A fome é um problema estrutural, decorrente de modelos políticos e econômicos fundamentados na desigualdade. Portanto, as medidas para se solucionar os altos níveis de insegurança alimentar devem possuir caráter tanto emergencial quanto de longo prazo, para haver a construção de sociedades mais justas e igualitárias. 

Não há maneira simples de erradicar a fome, uma vez que são necessárias profundas alterações na estrutura econômica, política, de saúde e até mesmo na educação. Afinal, o livre acesso a alimentos de qualidade é garantido quando a população também possui saúde, moradia e educação fortes o suficiente para que alternativas aos subempregos sejam frequentes.

Garantir valores adequados de salário mínimo, fortalecer os direitos trabalhistas, bem como elaborar políticas públicas de combate à pobreza são medidas governamentais essenciais para que ocorra a redução da insegurança alimentar no país. 

No entanto, a população também pode se envolver na luta contra a fome, sem retirar a responsabilidade do Estado em garantir os direitos básicos à alimentação adequada. Nesse contexto, as redes de voluntariado são uma excelente estratégia de engajamento da população para amparar os mais necessitados.

A ONG NAAÇÃO atua na linha de frente das crises humanitárias, realizando projetos de acolhimento das populações necessitadas. Um dos projetos de apoio social mais robusto que temos é a rede Amparo NAAÇÃO  que provê doações de itens de necessidade básica, bem como apoio psicológico para pessoas em situação de pobreza. 

 

Conheça a rede Amparo!

A rede Amparo atua na comunidade de Vila Barraginha, na cidade de Contagem (MG), bem como na comunidade de Portelinha, localizada em Belo Horizonte. Trabalhamos nessas comunidades mineiras garantindo acolhimento de pessoas em vulnerabilidade social, gerando impacto na vida de mais de 300 famílias!

A rede Amparo conta com a plataforma online na qual é possível solicitar o pedido de ajuda para:

  • doações de alimentos, produtos de higiene e afins;
  • atendimento psicológico;
  • auxílio em situações de violência doméstica.

Em sua trajetória, a ONG NAAÇÃO  já forneceu mais de 1.600 atendimentos psicológicos gratuitos, também acolhendo mais de 5.000 crianças em situação de vulnerabilidade.

Para podermos continuar nosso intenso trabalho e ampliar nossa rede de acolhimento, contamos com sua ajuda! 

Contribua com o NAAÇÃO e promova a diferença na vida de centenas de famílias em situação de insegurança alimentar e nutricional!